GAZETA FM TANGARA DA SERRA

quarta-feira, 15 de Maio de 2019, 13h:11

Vereador assassinado há 18 anos dá nome ao plenário da Câmara

Paulo César Desidério - Gazeta FM

Colagem: Paulo Desidério

Colagem: Paulo Desidério

Ao longo de seus 43 anos de história, Tangará da Serra ficou marcada por um caso que chocou a todos e levou uma das pessoas mais queridas da cidade. Daniel Lopes da Silva, o Daniel do Indea, foi vereador por duas oportunidades em Tangará da Serra. Foi eleito pela primeira vez nas eleições de 1996 e reeleito em 2000 para um mandato que não terminou.
Na madrugada do dia 03 de julho de 2001, Daniel foi assassinado com cinco tiros quando retornava de uma sessão da Câmara. O crime ocorreu em frente à sua casa, próxima da rotatória do Cristo. 5 mil pessoas acompanharam seu cortejo fúnebre em um dia tristemente histórico para Tangará da Serra.


O homem que chegou a ocupar a cadeira de presidente da casa, hoje é quem dá nome ao plenário onde acontecem as sessões do poder legislativo tangaraense. Ronaldo Quintão, atual presidente da Câmara de Tangará, exerceu o cargo na legislatura de 2001 a 2004, a mesma que Daniel concluiria na casa de leis tangaraense. Quintão falou à Gazeta que antes mesmo de compartilhar do mesmo cargo que Daniel, ele havia sido aluno do eterno vereador.


“Todos os vereadores, não tenho dúvida, que se sentem honrados por estarem em um parlamento que tem um plenário batizado com o nome do saudoso vereador Daniel Lopes da Silva, que por ser um homem muito jovem poderia estar até hoje dando sua contribuição ao município. O Daniel foi meu professor em 93, era amigo da minha família, amigo do meu pai, inclusive na concorrência em 2001 votei para ele na presidência da Câmara, mas quem ganhou a presidência foi outro vereador. Era uma pessoa formidável, ligado ao homem do campo, um pioneiro de Tangará da Serra com família bastante conhecida na cidade, tanto por parte dele quanto da esposa, são pessoas de uma conduta ilibada e Tangará da Serra sofreu uma perda muito grande porque o Daniel era um homem comprometido, que procurava sempre estar dando muita atenção às suas ações com responsabilidade dentro do poder legislativo”, afirmou Quintão, ao pontuar que Daniel era bastante querido pelos tangaraenses e que sua perda foi irreparável.

Reprodução/Internet

Caso Daniel do Indea

Morte de Daniel do Indea completa 18 anos em 2019.


Com tristeza, Quintão relembrou o tamanho do choque que a população sofreu no dia do crime. Apesar da dor e do episódio ter manchado a história da cidade, o atual presidente da Câmara destaca que a morte precoce de Daniel foi significativa para a maturidade política da população tangaraense, que a partir de então, passou a observar ainda mais atentamente os personagens que estavam e gostariam de estar no poder.


“A população inteira de Tangará da Serra chorou a morte do finado Daniel e da maneira como ocorreu, a gente faz uma análise e percebe que foi uma coisa muito ruim, muito significativa, muito triste. Mas, para Tangará da Serra, no sentido político da cidade, a partir dali a população começou a cuidar melhor, começou a ter um crescimento político. Existiu Tangará antes do Daniel e Tangará depois da morte do Daniel porque a população começou a aprender, apanhou naquele momento, sofreu muito com aquela situação e começou a olhar melhor os seus representantes. Depois, nossa política veio sempre sendo lapidada às duras penas, com sofrimento, mas a morte do finado Daniel representou um marco na nossa história política. Com certeza a cidade sofreu muito, foi um período muito turbulento e conturbado para a nossa sociedade e que espero pela graça de Deus que nós nunca mais venhamos a viver um outro momento deste”, destacou.


No dia 04 de setembro de 2001, os vereadores tangaraenses promulgaram a resolução Nº77, que instituiu o plenário da Câmara Municipal de Tangará da Serra com o nome Vereador Daniel Lopes da Silva, permanecendo assim até hoje.


Fonte: GAZETA FM TANGARA DA SERRA

Visite o website: www.gazetafmtangara.com.br