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NOTÍCIAS quarta-feira, 15 de Maio de 2019, 15h:51 | - A | + A

CONTRA BLOQUEIO

Profissionais da educação e estudantes fizeram manifestação em Tangará

Por: Paulo César Desidério - Gazeta FM

José Henrique Kautzmann

A manhã foi de protestos por todo o país. Professores e estudantes pararam nesta quarta-feira (15) para dizerem conjuntamente “não” ao bloqueio de 30% dos recursos do Ministério da Educação, anunciado pelo governo federal recentemente. A medida impacta diretamente postos de graduação e pós-graduação em diversas instituições de ensino, tanto federais quanto estaduais, afetando principalmente os níveis médio e superior.


Em Tangará da Serra a concentração aconteceu na praça da antiga prefeitura. Segurando cartazes e com palavras de ordem, manifestantes tiveram momentos de fala e logo em seguida partiram em caminhada pela Avenida Brasil sentido Igreja Matriz. De acordo com Gilcélio Peres, diretor do campus do Instituto Federal (IFMT) em Tangará da Serra, o intuito da manifestação é dar conhecimento à sociedade sobre a gravidade da situação, além de tentar sensibilizar o governo a fim de que haja reversão no bloqueio.


“É bom a gente dizer que o bloqueio orçamentário já aconteceu desde o dia 30 de abril, está bloqueado 30% do orçamento de custeio e manutenção dos institutos federais e das universidades federais do Brasil, todos os campi do país inteiro, inclusive em Tangará da Serra. Mas é do orçamento geral e aí nas suas diversas fontes, há cortes diferentes. Por exemplo, um dos maiores bloqueios é de quase 39% que é da manutenção predial, das questões básicas de existência. Essa fonte de funcionamento do campus é aonde a gente faz as despesas de água, luz, telefone, internet, quadros de giz, o que é básico para funcionamento. Se o governo federal não voltar atrás, se esse bloqueio orçamentário se mantiver como está hoje, o campus de Tangará da Serra fecha as portas lá pelo mês de setembro, assim como todas as unidades do IFMT aqui no Mato Grosso e no país inteiro esse desastre deve ocorrer em outros lugares”, frisou, ao lembrar que os cortes são práticas normais ao longo de governos anteriores, mas que nenhum atingiu a casa dos 30%.


O diretor do campus da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) em Tangará da Serra, Raimundo França, destacou que ainda que seja uma universidade vinculada ao estado de Mato Grosso, a Unemat também acaba por ser diretamente afetada com o bloqueio. Segundo ele, projetos de pesquisa e extensão, bem como os projetos de mestrado e doutorado, serão completamente prejudicados.


“O que está sendo impactado é sobretudo o custeio e as bolsas de pesquisa, os financiamentos de pesquisa são atingidos diretamente. No nosso caso, qual é a relação disso com a Universidade do Estado de Mato Grosso? A relação é direta porque nós temos financiamentos via fundações de apoio que são diretamente oriundos do governo federal. Nós temos na Unemat cerca de 350 bolsas de pesquisa de PIBIC que são financiadas pelo CNPQ. Todas as bolsas do mestrado, de demanda social, são financiadas também pelo CNPQ. Então, é um impacto muito grande no aluno que é bolsista, que está lá envolvido com as pesquisas que estão em desenvolvimento”, explicou.

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